Conto, com a Reitora

Encerramos o tempo quaresmal, um tempo de reflexão, de questionamentos, de conversão, de preparação para a vitória maior do Cristo, que ressuscita em nossos corações. Quero insistir uma vez mais com vocês, alunos, professores, coordenadores, funcionários, no tema da Campanha da Fraternidade deste ano (Fraternidade: Igreja e sociedade: Eu vim para servir). 

Nunca foi tão urgente um repensar cristão à luz do dia a dia, no decorrer de todo ano, no decorrer da vida. Papa Francisco muito bem descreveu a proposta desta Campanha: aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a Sociedade – propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II – como serviço de edificação do Reino de Deus no coração e na vida do povo brasileiro.

Como nos adverte nosso Grão-Chanceler, o Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, a Igreja é o grande campo de atuação e de testemunho cristão dos leigos! “Ela não é uma instância concorrente com a sociedade organizada, mas faz parte dela, mesmo não se confundindo com ela. Através de seus membros, também cidadãos do mundo, se faz presente e atuante em toda parte. Age na sociedade e nos diversos níveis das relações sociais, quer através de seus representantes hierárquicos e de iniciativas que lhe são próprias, quer pela presença de seus filhos em todo o tecido social.”

É com esta necessária e premente presença que chegamos à manhã da ressurreição. Vivemos um tempo de crise, sentimo-nos muitas vezes desorientados, desesperançados diante de tanta desonestidade e corrupção, injustiça e violência, guerras, fome e exclusão social... Os valores que cultivamos desde crianças parecem ter perdido o sentido. É justamente nesse momento que precisamos nos abrir para acolher o espírito do ressuscitado. Páscoa é tempo de renascimento.
Viver a Ressurreição é colocar-se no caminho a serviço da vida, a serviço dos irmãos. A cada gesto de solidariedade, de justiça, de fraternidade, plantamos sementes de esperança de um mundo melhor. Repetindo Dom Odilo, “os referenciais para a vida social, econômica e política propostos pela Igreja podem ajudar a superar mais facilmente tantos problemas que afligem o convívio social: Tudo isso é contrário à fraternidade e fere profundamente a dignidade humana.” 

Deus nos criou para a vida, não para a morte. Jesus faz morrer dentro de nós tudo o que impede a vida. É hora de renovarmos os melhores desejos de mudanças de vida, deixarmos para trás tudo o que é contrário aos projetos de Deus. É esta a ressurreição que se espera dos cristãos. Páscoa é vida nova, é o rosto que todos nós, cristãos, podemos imprimir em nossa sociedade.

Para Finalizar, deixo-lhes alguns versos que compus e que, espero, serão em breve publicados numa coletânea de poesias intitulada “Das divinas transformações do Espírito:

Ter um amor tão louco,
que se entrega e se doa,
que não é parado,
que não vive à toa,

que enfrenta o perigo
por seu companheiro
só mesmo quem é
verdadeiro amigo’.

Uma Feliz Páscoa a todos!

Reitor Prof. Dr. Pe Edelcio Ottaviani