Conto, com a Reitora
Mudanças que dependem de coragem!
Uma conjunção de fatores vem trazer luz ao meu primeiro encontro com vocês nesse início de ano letivo. Encontrei justamente na Campanha da Fraternidade que começa agora a síntese do que pretendo deixar como registro a todos vocês, alunos, funcionários, professores, coordenadores, que, creio, nutrem comigo a esperança de um Brasil diferente de tudo o que tivemos até aqui. Custa-me destacar que nosso ano começou com acidentes e incidentes que abalaram nossa sociedade, muitos deles consequência da ineficiência e da irresponsabilidade do poder público de gerir bem o que lhe é confiado e de fiscalizar e punir exemplarmente infratores.
Com o tema FRATERNIDADE E POLÍTICAS PÚBLICAS e o lema extraído do livro do profeta Isaías: “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (cf. 1,27), a CF 2019 é um convite a uma participação mais ativa dos cidadãos nas decisões políticas. O texto-base da CNBB diz que “a participação dos cristãos na sociedade possibilita fortalecer a vida social nas suas relações”, e, ainda, que: “a política é essencialmente o cuidado para com o que é comum e realizar ações que ajudem na integração de todos na sociedade”.
A expressão do Papa Francisco, ‘casa comum’, nos remete de imediato ao recente rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, MG. Mais uma vez, faltou à empresa e às autoridades públicas cuidado com o que é comum a todos! Como é doloroso ver tantas famílias na angústia da espera dos corpos das vítimas. E o que dizer da dor das famílias dos jovens do Centro de Treinamento do Flamengo? Faltou cuidado no cultivo do sonho de tantos meninos pobres. E o que faltou para evitar a violência que nos tirou a menina Hillary Valadares, de dois anos, neta da esposa do professor Antônio Ruzza, do nosso curso de Filosofia?
O que mais nos falta acontecer até que tomemos a coragem de nos colocar mais propensos a uma mudança de conduta, de enfrentar a responsabilidade de pensar novos rumos para nossa nação, e, assim, inspirarmos a sociedade brasileira? Não é possível continuarmos assim. Quem mais sofre com nossa indiferença e falta de atitude são os vulneráveis, os pobres. E o evangelho de ontem, 6º domingo do Tempo Comum da Liturgia Católica (17 de fevereiro), nos advertia: Ai de vocês ricos que não pensam na sorte dos pobres... (Cf. Lc 6, 17.20-26)
Não sei se todos sabem, mas estive este mês, com a professora Valéria Batista, em viagem a Portel, cidade do Pará na Ilha do Marajó, para estudar a viabilidade de parceria (EAD) do UNIFAI com as irmãs da Congregação Agostiniana Missionária de Assistência e Educação. Nossa intenção é iniciar o curso de Pedagogia a distância, de forma a contribuir com uma cidade que apresenta um dos mais baixos IDH (índice de Desenvolvimento Humano) no Brasil, enfrentando sérios problemas sociais como prostituição infantil e uso de drogas.
Como o UNIFAI, que tenta abrir novas frentes em sua missão de instruir, de capacitar para a vida, todos nós precisamos deixar a zona de conforto e passar a fazer parte das mudanças de que nosso País tanto necessita. Precisamos interagir mais na vida política, cobrar dos eleitos moralidade, investigação e punição dos que agem e/ou agiram contra os interesses nacionais, dentro e fora do governo, e apoiar iniciativas que promovam o bem-estar de todos, como políticas públicas de incentivo à produção de forma a gerar emprego e renda.
Como instituição preocupada em garantir o melhor ensino, o UNIFAI tem ao longo de 2019 outros desafios importantes que se somam aos que acabei de citar. Começamos o ano com nova mantenedora: saiu o Instituto Educacional Seminário Paulopolitano (IESP) e assumiu a Fundação São Paulo (FUNDASP), a mesma que responde pela PUC-SP. Este mês teremos a visita do MEC para validação do curso de Biblioteconomia, um dos mais tradicionais de nossa instituição e um dos mais respeitados no Estado de São Paulo.
Com a troca de mantenedora, novas mudanças são esperadas, mas isso vocês saberão ao curso das iniciativas. O que posso afirmar agora é meu compromisso de que o UNIFAI continuará fiel aos princípios de zelo e de aprimoramento que norteiam todo nosso trabalho nesses quase 50 anos de vida.
Reitor Prof. Dr. Pe Edelcio Ottaviani
São Paulo, 18/02/2019
Profª. Drª. Karen Ambra
Reitora do Centro Universitário Assunção