Conto, com a Reitora
Feliz dia das Professoras e dos Professores!
A seção no site do UNIFAI “Palavra da Reitora” sofreu uma pequena mudança, mais no título do que no propósito, pois – em todos os momentos que acreditar ser importante – continuarei comunicando acontecimentos, dividindo ideias e, com isso, estimulando reflexões. Enfim, permanecerei contando – no compartilhamento de informações neste espaço do site – e, ao mesmo tempo, à disposição, no desenvolvimento do trabalho, para que contem comigo e, principalmente, contem com uma Instituição de qualidade, séria, comprometida academicamente, confiável com relação aos projetos pedagógicos tanto nos cursos de graduação como nos de pós-graduação.
Este pareceu-me um momento propício para articular e anunciar tal mudança – de “Palavra da Reitora” para “Conto, com a Reitora” –, já que estamos no mês em que a docência ganha mais destaque e os professores são celebrados. Os nossos docentes, sem dúvida, contribuem para fazer do Centro Universitário um ambiente de aprendizagens que transformam vidas: do ponto de vista pessoal, social, acadêmico e profissional. Aliás, não por acaso, o Processo Seletivo para o 1º semestre de 2022 também será aberto no dia 15/10/2021, afinal o nosso compromisso com os atuais e futuros estudantes está diretamente atrelado à atuação docente de excelência.
Posso falar em primeira pessoa sobre o impacto da docência para quem ensina e quem aprende, pois ser professora é o meu principal ofício, desempenhado nos últimos 20 anos e nele quero permanecer. Sem sombra de dúvidas, devo destacar que só ensina aquele que promove aprendizagens, porque o ensino e a aprendizagem são duas dimensões que se articulam numa via de mão dupla e se retroalimentam. O ensino leva à aprendizagem. Quem aprende também tem o que ensinar e pode colaborar na lapidação do fazer docente, pela manifestação de dúvidas, dificuldades e interesses. A aprendizagem (mesmo no Ensino Superior) resulta de uma complexa dinâmica, orquestrada pelo professor, e que vai muito além da transmissão e (supostamente consequente) retenção de conteúdos. Por este motivo, ela deve ser significativa e assim o é quando: mobiliza afeto, decorre da contribuição advinda dos pares e por meio de networking (que é o processo de crescimento pessoal, acadêmico e profissional que surge da conexão entre as pessoas), há desafios e acertos, mas também erros, exige planejamento, organização e disciplina na rotina de estudos, etc.
O vínculo afetivo entre professores e alunos, além de motivar em sala de aula (mesmo remota) fica, por vezes, entranhado em ambos atores, de modo que (eu mesma) consigo me lembrar de momentos em que acertei (ou errei) e quis repetir (ou abolir) certas escolhas, estratégias e comportamentos. Tive estudantes que me inspiraram, que me presentearam com suas histórias por serem verdadeiras lições de vida, que compartilharam desejos, que me orgulharam e me deixaram honrada. Já me reconheci no jeito de falar de estudantes e tenho como referências professoras(es) que passaram pela minha vida e nela residem por me inspirarem e terem se tornado exemplos.
Ressalto que me sinto entusiasmada por ser professora, fico feliz quando vejo minhas alunas e alunos ou revejo ex-alunas e ex-alunos. É verdade que às vezes me esqueço de alguns nomes, minha memória insiste em falhar neste quesito, mas lembro por ter feito a diferença para alguém na apreensão de conceitos ou esclarecimento de dúvidas, me recordo frequentemente dos temas de trabalhos de conclusão de curso, de momentos de superação em aula e até de algumas falas ou experiências.
Recentemente, encontrei no campus uma ex-aluna muito querida que se formou em Pedagogia, realizou o curso de Pós-graduação no UNIFAI e está ministrando aulas para uma turma de crianças do Colégio Lumen Vitae. Vibramos e nos emocionamos tanto neste encontro, que as palavras são insuficientes para descrever aqui a alegria de nos vermos, embora ficasse perceptível no desejo intenso (e inviável) de abraçar para matar as saudades, nos sorrisos (escondidos pelas máscaras), nos rostos corados (porque foi uma surpresa) e nos olhos lacrimejantes.
Não faz muito tempo, houve uma reunião (on-line) com os representantes das turmas dos cursos de graduação, pois eu e o Professor Alessandro (Vice-reitor) queríamos compartilhar, antes de anunciar nas redes sociais (por meio de comunicados oficiais), a decisão pelo retorno às aulas presenciais (de modo parcial, escalonado e com a garantia do ensino híbrido, obviamente com todo o suporte logístico e financeiro da Fundação São Paulo) e o que importa contar é o orgulho que sentimos dos nossos alunos, pelo modo respeitoso com que participaram e expuseram seus pontos de vista e argumentos. Sorte daqueles que contam ou contarem com os nossos alunos como profissionais.
Nas noites em que ministro aulas, frequentemente vou dormir pensando e relembrando, com carinho, de situações interessantes, das narrativas, do “boa noite, professora”, do “obrigada, professora” ou até dos problemas que surgem, devidamente transformados em desafios e em soluções. Afinal, me aconselhou uma das minhas (ex) professoras mais queridas e que me fez crescer, a Profa. Claudia Leme Ferreira Davis: procure encarar os problemas como desafios, pois assim será mais divertido! Aprendizagem útil para a vida... e claro que me lembro também dos conceitos das aulas e das orientações para a escrita e desenvolvimento da dissertação e da tese.
Se isto que um professor sente ou professora – no meu caso (considerando alguns dos meus “causos”) – não for amor, não sei que outro sentimento é, mas digo mais: se baseia no respeito mútuo, na confiança recíproca, na torcida pelo sucesso. E posso garantir: é bom para quem sente e acredito que também é para quem o recebe. Assim sigo com a atuação docente: realizada. E aproveito para parabenizar minhas colegas professoras e meus colegas professores, que fazem a jornada docente valer a pena, que não transmitem informações para salas lotadas, mas que tecem ideias e apoiam sonhos, que podem se sentir extraordinários, mesmo sendo pessoas comuns – como eu e você (leitor/a) – porque se importam com vidas e nelas são levados (pelo menos na memória).
Então, feliz dia dos professores hoje e logo mais, em 2022, quando continuaremos o trabalho com nossos alunos em curso e iniciaremos com aqueles que ingressarão no UNIFAI e estarão em nossas vidas, por intermédio do Processo Seletivo, devidamente aberto neste dia tão significativo para nós – docentes –, que chegarão carregando sonhos e buscarão, em nós, a oportunidade de alcança-los.
São Paulo, 15/10/2021
Profª. Drª. Karen Ambra
Reitora do Centro Universitário Assunção