Conto, com a Reitora
“Lâmpada para os meus pés; luz para o meu caminho”
Tempo de Natal. A coroa do advento, que nos acompanhou no tempo de recolhimento e de preparação para o grande dia, cede lugar ao Menino na manjedoura. As velas foram substituídas pela verdadeira luz, luz para as nações.
Toda nossa liturgia de Natal nos remete ao evangelista João. “No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” João faz uma releitura do Gênesis e também do Salmo 119, que exalta a lei de Deus, para mostrar-nos a luz verdadeira: “Tua palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho.” Quem é a luz? A luz é Jesus, não só pelos ensinamentos, mas principalmente pelo exemplo. O que nos falta hoje são justamente exemplos, testemunhos, dedicação ao outro, compromisso com a justiça. No Evangelho de João, Jesus nos diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6), e nos exorta a colocar toda nossa esperança na pessoa dele: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Ibidem).
A festa de Natal, tão cheia de simbologias, merece nossa reflexão. No Hemisfério Norte, a noite de 24, solstício de inverno, é a mais longa do ano. O dia 25, por conseguinte, é dia em que o Sol, ao meio-dia, alcança seu ponto mais baixo no céu, ocorrendo o dia mais curto do ano. A partir do dia 25, os dias passam a ser mais longos e as noites, mais curtas. Este é mais um sinal de que é sempre tempo de acorrer à pessoa de Jesus e buscar forças para diminuir as sombras do nosso presente.
Jesus mesmo nos diz que muitos falam em nome dele, mas a palavra ele mesmo a anuncia. Jesus é a lâmpada, e quem realmente o conhece assume sua mensagem. Ele não quer que sejamos pessoas que põem a mão na Bíblia, que falam dele, mas não vivem seus ensinamentos. São os atos que denotam quem fala a verdade, quem tem a palavra veraz e quem realmente é seu discípulo.
O Brasil vive tempos sombrios. É preciso descobrir os falsos profetas, fazer a separação do joio do trigo, distinguir entre as intenções e promessas quem faz de quem não faz; identificar quem coloca sob o tapete, deixa na escuridão e encobre a luz, de quem coloca tudo às claras. O espírito do Natal, ao anunciar Jesus como uma forma sublime de vida, nos convida a seguir seu exemplo e a nos tornarmos luminares em nosso país: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens e mulheres de boa vontade” (Lc 2, 14), ou seja, a todos aqueles que desejam fazer do Natal um experimento luminoso em cada um dos 365 dias do próximo ano.
Um Natal iluminado para todos vocês!
Padre Edelcio Ottaviani, Reitor do UNIFAI – Centro Universitário Assunção
São Paulo, 25/12/2016
Profª. Drª. Karen Ambra
Reitora do Centro Universitário Assunção