Acontece

Em meio às comemorações dos nove anos da publicação da encíclica Laudato si’ pelo Papa Francisco, a Caritas Arquidiocesana de São Paulo (CASP), em parceria com o Centro Universitário Assunção, realizou, nos dias 28 e 29 de maio, o I Simpósio com o tema “A crise socioambiental à luz da Laudato si´”.

O evento aconteceu no auditório do centro universitário, e contou com dois dias de debates aprofundados sobre a encíclica publicada em 2015. As palestras e debates foram conduzidos por representantes da Igreja, da academia e de outras organizações, com reflexões sobre problemas sociais e econômicos decorrentes das mudanças climáticas, com especial atenção às pessoas em situação de vulnerabilidade, que são os mais impactados por essas mudanças, além de indicar possíveis caminhos para a preservação do nosso planeta.

A abertura foi com a missa presidida pelo Pe. Rodrigo Pires Vilela da Silva, coordenador do curso de Filosofia do Centro Universitário Assunção, durante a palavra, ele destacou a necessidade de fazermos uma conversão de mentalidade. “Se não levarmos a sério essa mudança, a Casa Comum pode ruir”, ressaltou.

Ainda no primeiro dia, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Presidente da CASP, abordou durante uma palestra, os três conceitos centrais que o Papa Francisco trata na encíclica Laudato si’: a ecologia integral, a Casa Comum e o cuidado com o meio ambiente, além de enaltecer a promoção do evento no mesmo momento em que a Caritas Arquidiocesana realiza uma campanha solidária aos afetados pelas chuvas no Rio Grande do Sul.

O segundo dia focou em ações práticas que podem ser tomadas para promover uma conversão ecológica. As palestras destacaram os direitos humanos e os princípios da Doutrina Social da Igreja, como o Bem Comum e a Solidariedade. A importância de ações coletivas para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, com ênfase na participação da sociedade civil e no apoio mútuo entre comunidades, foi exemplificada pelas atividades de grupos como o Instituto Lixo Zero e a Cooperativa Chico Mendes, que ilustraram o impacto positivo de suas iniciativas sustentáveis e solidárias.

No encerramento do evento, o Diácono Márcio José Ribeiro, diretor da CASP, fez um balanço do evento, destacando que todas as palestras e painéis de discussão nos convocam à responsabilidade. “Nós nos relacionamos com a Igreja, nos relacionamos com as pessoas, com a sociedade. Nós nos relacionamos principalmente com o povo que vive em situação de extrema vulnerabilidade. Precisamos pensar nesses relacionamentos sobre até que ponto nós, dentro da missão Caritas, estamos sendo para esses irmãos verdadeiros construtores de um novo mundo”, destacou o diretor na mesa de encerramento do Simpósio, ao lado de Fábio Krubiniki, diretor-tesoureiro do CASP, e da Prof.ª Dr.ª Karen Ambra, reitora do Centro Universitário Assunção.

Ao refletir sobre os dois dias de evento, a reitora destacou as inúmeras trocas e o conhecimento compartilhado, que resultaram em conscientização, reflexão e ação. Para ela, a esperança pode se transformar em um projeto concreto quando deixa de ser apenas um substantivo. “[...] Se a esperança não for substantivo, ela pode ser, sim, projeto. Se a esperança de substantivo virar verbo, o sonho vira realidade; sonho esse de deixar pessoas melhores para um mundo que seja viável”