Unificação da ortografia da Língua Portuguesa
Imagem: Mailton Monteiro
Josemari Martos[1]
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa deverá entrar em vigor em 2009, no Brasil.
O Acordo tem como objetivo unificar a ortografia dos países que têm o português como língua oficial. Foi assinado em 1990 pelos oito países que fazem parte da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa: Brasil, Portugal, Timor Leste e cinco nações africanas (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe), mas não entrou em vigor ainda.
Esse acordo já pode valer, porque três dos oito países lusófonos - Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe - já o ratificaram e também o protocolo modificativo ao acordo, aprovado em julho de 2004, em São Tomé, durante a reunião da CPLP. Portugal já ratificou o acordo, mas ainda falta ratificar o protocolo modificativo.
O presidente da Comissão de Língua Portuguesa do Ministério da Educação, Godofredo de Oliveira Neto afirmou que “o Brasil aguarda apenas uma decisão política interna para a aplicação do acordo ortográfico” (Lusa - Agência de Notícias de Portugal, 25 de julho de 2007)
Para os especialistas a unificação da ortografia acarretará alterações na forma de escrita em 1,6% do vocabulário usado em Portugal e de 0,5%, no Brasil. Isso quer dizer que as diferenças ortográficas entre Brasil e Portugal serão resolvidas em 98%.
O assessor especial do MEC, Carlos Alberto Xavier, afirmou que será preciso um intervalo de, no mínimo, um ano após o início da vigência do acordo para que os livros didáticos distribuídos pelo MEC contenham as mudanças ortográficas. "Teremos também um período de dois anos para adaptação à nova ortografia. Durante esse tempo, as duas formas ortográficas serão consideradas corretas", afirmou. (Pereira, 2007))
Atualmente a Língua Portuguesa possui duas grafias oficiais: a do Brasil e a de Portugal.
O governo brasileiro vê de forma positiva a reforma em 2009.
Para ele, a existência de duas ortografias oficiais da língua portuguesa é prejudicial à unidade do idioma e dificulta a capacidade de difusão internacional do português. O Brasil considera a entrada em vigor do acordo como condição essencial para a definição de uma política de promoção e difusão da língua portuguesa, o terceiro idioma europeu mais falado no mundo. (Lusa - Agência de Notícias de Portugal, 13 de dezembro de 2006)
Mas nem tudo são flores. Machado (2007) afirma que existem “mais contras do que prós” na unificação: “as resistências são maiores em Portugal, mas a maioria dos especialistas também critica o acordo no Brasil”. Cita o exemplo que, em Portugal, o jornal Público divulgou que a eliminação das consoantes mudas é uma ‘brasilificação’ do vocabulário português (“acto” em Portugal”, por exemplo, passará a “ato” igual ao Brasil).
Segundo Machado (2007), Evanildo Bechara considera o acordo imperfeito e imparcial, pois “deixa de resolver uma série de problemas, como o uso do hífen e o das maiúsculas, entre outros.”